Advogado que entrou com droga na Papuda deve seguir preso, manda Justiça


O advogado que foi flagrado entrando com drogas no Complexo da Papuda deve ficar preso por tempo indeterminado, determinou a Justiça do Distrito Federal nesta quinta-feira (9). Na audiência de custódia, a prisão dele em flagrante foi convertida em prisão preventiva, sem prazo. A defesa tinha pedido que ele fosse liberado.

Para o juiz Aragonê Fernandes, a decisão foi tomada “tristemente”. O fato de terem encontrado quase 200 gramas de maconha “confere inegável gravidade concreta à conduta, especialmente quando se constata que o entorpecente seria inserido no sistema prisional”, declarou.

O magistrado relembrou que o advogado já era monitorado pelos agentes por suspeita de tráfico. “Ele [o advogado] se valeria da condição de advogado para ingressar com drogas, não passando pelo scanner corporal, submetendo-se apenas a aparelho detector de metais, que não capta entorpecentes”, declarou. Advogados também não passam por revista.

A entrada do advogado com drogas presídio ocorreu na tarde de terça-feira (7). Os agentes só notaram que ele portava o material ao perceberem que ele continuava com um “volume grande no bolso traseiro da calça” mesmo depois de tirar todos os objetos na hora de atravessar o detector.

De acordo com o boletim de ocorrência, os agentes esperaram ele entrar na sala em que se encontraria com o cliente. Segundo as denúncias, ele “saiu da sala e ficou olhando para os lados e, quando viu que não tinha ninguém por perto, se aproximou da sala ao lado, retirou os tabletes de substâncias entorpecentes do bolso e jogou por cima da parede para dentro da sala”.

Eram quatro tabletes de maconha, enrolados por papel filme e envoltos em papel higiênico. O material foi encaminhado para perícia. O caso é investigado pela 6ª DP (Paranoá), com o acompanhamento de um procurador da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

No CDP

O advogado foi detido no Centro de Detenção Provisória (CDP), uma das cinco unidades de presídios distritais que compõem o Complexo da Papuda. Ele é destinado ao recebimento de presos provisórios, sendo o presídio de entrada e classificação para os demais estabelecimentos do sistema penitenciário.

Na unidade também está a ala de ex-policiais e a ala voltada aos presos provisórios com celas destinadas a presos que aguardam possível extradição.

No local, estão presos o senador cassado Luiz Estevão e o doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, por exemplo. Os diretores do local foram exonerados após denúncia de regalias a um grupo de 11 detentos.
DISTRITO FEDERAL

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