→ No Brasil, apenas 7% termina o ensino médio sabendo matemática │ ACONTECE HOJE

O percentual de estudantes com aprendizado adequado no Brasil aumentou do ensino fundamental ao ensino médio, de acordo com dados divulgados ontem pelo movimento Todos pela Educação.


Ensino médio no brasil


Persiste, no entanto, um gargalo em matemática, no terceiro ano do ensino médio. Ao concluírem os estudos, apenas 7,3% dos estudantes alcançam boas notas nas avaliações. O índice é menor que o da última divulgação, em 2013, quando essa parcela era 9,3%.

“(O desempenho baixo) está relacionado às condições de vida do meio em que os estudantes vivem. Muitas vezes os jovens precisam trabalhar para levar o sustento pra casa, fazendo com que seus estudos fiquem prejudicados.”, cita o estudante de engenharia civil Bruno Gomes, de 23 anos, que também leciona para alguns alunos que fazem aula reforço em matemática.

O índice é ainda menor quando consideradas apenas as escolas públicas. Apenas 3,6% têm um ensino adequado na disciplina, o que significa que 96,4% não assimilam o básico enquanto estudam. “É algo muito frustrante. A gente não está conseguindo avançar na gestão da política pública educacional”, diz a presidente executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz. “Matemática é uma matéria cujo ensino é muito mais dependente da escola. Se não aprendeu na escola, não aprende na vida. Diferentemente de leitura e interpretação de texto, que é algo que os estudantes acabam praticando fora da escola”, acrescenta.

“MATEMÁTICA É UMA DISCIPLINA CUJO APRENDIZADO É MUITO MAIS DEPENDENTE DA ESCOLA. SE NÃO APRENDEU NA ESCOLA, NÃO APRENDE NA VIDA”.
PRISCILA CRUZ, PRESIDENTE EXECUTIVA DO TODOS PELA EDUCAÇÃO

O professor de reforço Bruno ressalta que é preciso um novo modelo de aprendizado. “Aulas dinâmicas ajudariam a amenizar essa situação. Quando dou aula, sempre utilizo o método de jogos em sala. Ajuda a estimular o aprendizado”, explica o professor.

Os alunos afirmam: “Geralmente, aprendo com facilidade, mas quando se trata de matemática é super complicado”, diz Pâmela Silva, de 15 anos. “O método de ensino dos professores também influencia. Ano passado tive um que passava o conteúdo sempre em formato de música, isso facilitava o aprendizado”, argumenta a aluna no 1º ano do ensino médio.

Jefferson Baptista, de 17 anos, vai cursar o 3º ano do ensino médio e acredita que tudo é uma questão de novas práticas. “Os professores, junto às instituições, precisam procurar novas formas de ensinar, inovando e facilitando as aulas, pois a matemática é uma das disciplinas muito importante e básica para qualquer mercado de trabalho”, opina o morador de Sobradinho.

O Brasil não tem, oficialmente, uma definição simplificada do que deve ser ensinado em cada nível de ensino. O movimento estabelece algumas metas para que em 2022, ano do bicentenário da independência do País, seja garantido a todas as crianças e jovens a garantia de uma verdadeira educação de qualidade.


Melhora no ensino fundamental


O levantamento mostra uma melhora em relação à primeira etapa do ensino fundamental, que vai do 1º ao 5º ano – fase que, na educação pública, é geralmente de competência dos municípios. Entre 2005 e 2015, houve um crescimento dos municípios com maiores percentuais de estudantes com ensino cabível.

Em 2005, 0,1% dos municípios tinha mais de 75% dos estudantes aprendendo o mínimo adequado à etapa. Esse índice saltou para 8,4% em 2015. Em matemática, também houve aumento. Em 2005, nenhum município tinha mais de 75% dos estudantes com aprendizado adequado. Em 2015, eram 4,2%.

Os números são baseados no resultado da Prova Brasil e do Saeb, aplicados em 2015. A Prova Brasil é um dos ingredientes mais importantes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), levando em conta um importante indicador de qualidade do ensino. O índice vai até dez e é calculado de dois em dois anos.

São divulgados indicadores do 5º e do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio, para português e matemática. O Ideb de 2015 foi divulgado pelo governo no ano passado. O objetivo para o índice de 2015 foi cumprida comente no início do ensino fundamental.

Fonte: Jornal de Brasília

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