sábado, 31 de agosto de 2019

Mais de 50% dos operados com bariátrica voltam a engordar depois da cirurgia, diz estudo



Problema, muitas vezes, pode ser corrigido com procedimentos endoscópicos, que não demandam internação

Na luta contra a obesidade, que é uma doença crônica e incurável, mais da metade das pessoas submetidas às cirurgias bariátricas tende a ganhar novamente parte do peso perdido após a cirurgia, segundo confirma artigo publicado pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
De acordo com o médico gastroenterologista Joffre Rezende Neto, essa retomada do peso é considerada normal em alguns casos. “Na grande maioria das situações, o paciente readquire de 5% a 10% do peso perdido após 24 meses da cirurgia, e de modo gradual, sem que isso provoque complicações clínicas”, explica o especialista.
No entanto, se esse reganho de peso ultrapassar o percentual de 10% e vir acompanhado de diabetes, colesterol alto, apneia do sono e outras comorbidades, o ideal é procurar assistência médica para investigar e tratar o problema.
O médico Joffre Neto explica que a retomada do peso após a cirurgia bariátrica acontece geralmente 18 meses após o procedimento, quando o paciente já passou pela fase de “lua de mel”.
“Esse momento é o inicial no processo de perda do peso, em que a pessoa segue rigorosamente a dieta, leva a sério as atividades físicas, começa a receber elogios por sua mudança de aparência e renova o guarda-roupa, substituindo as peças do tempo em que estava obesa. Depois desse período de ‘lua de mel’, é preciso ter atenção redobrada para não retomar os maus hábitos e a má alimentação, que podem desestabilizar o peso corporal”, pontua Joffre.
Joffre Neto explica que às vezes a continuidade do peso anormal pode resultar no alargamento da costura cirúrgica feita para religar o estômago ao intestino, a chamada anastomose. Quando o canal que liga esses órgãos está fora do diâmetro correto para o padrão de pessoas submetidas à bariátrica, a passagem do conteúdo gástrico ocorre mais rápido que o normal, diminuindo a sensação de saciedade.

Plasma de argônio


Joffre Neto, que é membro titular da Federação Brasileira de Gastroenterologia e secretário geral da Sociedade Goiana de Gastroenterologia, explica que em função do alargamento da anastomose, a pessoa sente fome mais rápido e, para se suprir, acaba comendo mais. Depois de realizada uma avaliação endoscópica do paciente, pode ser indicado a aplicação de plasma de argônio, um procedimento ambulatorial, feito por endoscopia, que não requer internação e permite à pessoa voltar para casa no mesmo dia. O plasma do gás argônio só pode ser aplicado em pacientes que tenham feito a cirurgia bariátrica nas técnicas Bypass ou Capella.
“Geralmente são necessárias de duas a quatro sessões para se obter o efeito desejado. O que indica o número de sessões é o aspecto final da anastomose. Quando se tem uma anastomose alargada, que é medida por endoscopia, o gás argônio vai queimá-la, e quando da cicatrização vai ocorrer uma fibrose, com o fechamento da anastomose. Cada organismo reage de uma forma, por isso nós temos que avaliar sessão a sessão para ver o aspecto final, que é uma anastomose em que o aparelho de endoscopia passa ajustado”, esclarece.
Para quem foi operado com a técnica Bypass, as sessões de plasma de argônio podem ser feitas isoladamente ou combinadas com a endossutura gástrica. É também um procedimento, realizado por endoscopia, de forma irreversível, em que as paredes do estômago remanescente são suturadas visando a diminuir o espaço disponível para os alimentos. Essa sutura gástrica aumenta a sensação da saciedade, auxiliando no combate à obesidade.

Situação alarmante


O excesso de peso já atinge 48% da população adulta da região Centro-Oeste. Em Goiás, proporcionalmente, são 2,1 milhões de pessoas com sobrepeso e obesidade, segundo aponta levantamento da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), e considerando os números do Censo 2010, o último realizado pelo IBGE.
“São dados que indicam a necessidade da conscientização urgente para o combate à obesidade. A própria Organização Mundial de Saúde tem alertado que a obesidade é hoje um dos principais problemas de saúde pública do mundo. Nesse contexto, ações simples, como fazer atividades físicas, evitar o consumo de alimentos industrializados e álcool em excesso, e adotar um estilo de vida saudável já contribuem para evitar a obesidade, que, infelizmente, não tem cura”, conclui Joffre.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Trabalhadores dos Correios não suspendem prestação de serviços, mas mantêm estado de greve

Negociação com trabalhadores continua sem paralisação ao menos até 31 de agosto
Após audiência realizada pelo ministro Renato de Lacerda Paiva, vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, nesta quarta-feira, 31, Correios e representações sindicais mantêm as negociações para assinatura do acordo coletivo da categoria, que continuam sendo mediadas pelo TST. Com isso, os Correios optaram por não parar as atividades, mas manter o estado de greve.
No encontro, ficou decidido que o Acordo Coletivo 2018/2019 continuará vigente até 31/8/2019 (a vigência era 31/7/2019). Assim, a categoria conseguiu pacificar a questão da data-base e assegurar o plano de saúde para mães e pais de empregados da empresa.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) orientou que os trabalhadores dos Correios aceitassem o prazo de 30 dias solicitado pelo ministro do TST para tentar construir uma nova proposta de acordo para a categoria, mas mantivessem o estado de greve, sem paralisação ao menos até 31 de agosto.
Em nota, os Correios informaram que todos os serviços estão sendo prestados normalmente em todo o Brasil e orientam os clientes a, em caso de dúvida, buscarem informações nos canais oficiais da empresa, pela internet ou ligando para a Central de Atendimento no 0800 725 0100. A central atende de segunda a sexta-feira das 8h às 20h e aos sábados das 8h às 14h.